Não deixe de conferir o debate
sobre Gênero e Produção Acadêmica com as professoras Hildete Pereira de Melo e
Marcia Barbosa. A mesa redonda era parte
do seminário “Produção Acadêmica na Universidade: Dinâmica e Desafios”,
organizado pela APUB e a UFBA que aconteceu em Salvador, em 28 e 29 de Abril. O
debate foi mediado pela professora Estela Aquino do departamento de Saúde
Coletiva da UFBA e coordenadora do MUSA - Programa Integrado em Gênero e Saúde.
A professora Hildete P.
de Melo é doutora em Economia e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF),
com uma consistente carreira iniciada em meio aos movimentos feministas do
Brasil dos anos 1970. É também editora da Revista "Gênero" da
Universidade Federal Fluminense e coordenadora do Núcleo de Estudos
Transdisciplinares de Gênero da UFF. Sua pesquisa - A Mulher no Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil nos
anos 1990 - faz parte de uma rede de pesquisa da UNESCO intitulada GenTec
que tem como objetivo formular políticas afirmativas que possibilitem
incrementar a participação das mulheres no sistema científico e tecnológico dos
países.
Sua apresentação traçou
uma perspectiva histórica da presença das mulheres na ciência desde a década de
70 no Brasil. Foram retratados os avanços (“ou não”, como gosta de ressaltar a
professora) na presença das mulheres em diversas áreas do conhecimento.
Chegando a presidência de nosso país com a Dilma Rosseuff, que como ressalta a
professora, surge como um dos símbolos, um exemplo que é lembrado por
estudantes em pesquisas aplicadas pela professora Hildete de Melo em escolas
pelo país.
A professora Marcia
Barbosa é professora titular em Física na Universidade do Rio Grande do Sul
(UFRGS). Por seu trabalho anomalias dinâmicas da água ganhou o Prêmio
L’oreal e Unesco de Mulheres nas Ciências Físicas. Em paralelo tem atuado em questões
de gênero na ciência pelo qual ganhou a Nicholson Medal dada pela American
Physical Society. A professora Barbosa é atualmente vice-presidente da
International Union of Pure and Applied Physics, diretora do Instituto de
Física da UFRGS, membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia e
International Councilior da American Physical Society.
A partir de sua apresentação, a professora nos
mostrou suas dificuldades em engendrar as ciências exatas, os impasses que
afetam as mulheres a “escolher” sua profissão.
Levando em consideração que não se trata de uma escolha propriamente
dita, visto que as opções e a coerção que sofrem de diferentes formas as
impedem de fazê-la. Onde muitas das vezes as afastam de disciplinas como
Matemática, Física, Engenharia e tantas outras. Como demonstra a professora,
esse impasse é tido desde um problema cultural aplicado à forma de que “é mais
bonito afirmar que não se sabe algo para ser atraente aos homens”. Ressalta,
ademais a falta de incentivo para a participação das mulheres nas carreiras de
ciências exatas e assinala também a questão institucional: “como se as Ciências
Naturais não estivessem preparadas para as mulheres”. Sua apresentação
demonstra através de exemplos de diversas mulheres conceituadas nas ciências
naturais que esse pensamento retrógrado é infundado e não só a ciência está
preparada, como já lucra com seus conhecimentos e descobertas há um longo
tempo.
Confiram embaixo o link para o vídeo do Youtube
para assistir na integra. Não deixem de dar uma olhada também nos outros
debates do seminário “Produção Acadêmica na Universidade: Dinâmica e Desafios”,
realizado pela APUB na UFBA.
Palavras-chave: GÊNERO,
ACADEMIA, DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO, HILDETE DE MELO, MÁRCIA BARBOSA, MULHERES
NA CIÊNCIA.
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