quarta-feira, 21 de maio de 2014

Gênero e Produção Acadêmica – UFBA – APUB 2014



Não deixe de conferir o debate sobre Gênero e Produção Acadêmica com as professoras Hildete Pereira de Melo e Marcia Barbosa.  A mesa redonda era parte do seminário “Produção Acadêmica na Universidade: Dinâmica e Desafios”, organizado pela APUB e a UFBA que aconteceu em Salvador, em 28 e 29 de Abril. O debate foi mediado pela professora Estela Aquino do departamento de Saúde Coletiva da UFBA e coordenadora do MUSA - Programa Integrado em Gênero e Saúde.
A professora Hildete P. de Melo é doutora em Economia e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), com uma consistente carreira iniciada em meio aos movimentos feministas do Brasil dos anos 1970. É também editora da Revista "Gênero" da Universidade Federal Fluminense e coordenadora do Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Gênero da UFF. Sua pesquisa - A Mulher no Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil nos anos 1990 - faz parte de uma rede de pesquisa da UNESCO intitulada GenTec que tem como objetivo formular políticas afirmativas que possibilitem incrementar a participação das mulheres no sistema científico e tecnológico dos países.
Sua apresentação traçou uma perspectiva histórica da presença das mulheres na ciência desde a década de 70 no Brasil. Foram retratados os avanços (“ou não”, como gosta de ressaltar a professora) na presença das mulheres em diversas áreas do conhecimento. Chegando a presidência de nosso país com a Dilma Rosseuff, que como ressalta a professora, surge como um dos símbolos, um exemplo que é lembrado por estudantes em pesquisas aplicadas pela professora Hildete de Melo em escolas pelo país.
A professora Marcia Barbosa é professora titular em Física na Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS). Por seu trabalho anomalias dinâmicas da água ganhou o Prêmio L’oreal e Unesco de Mulheres nas Ciências Físicas. Em paralelo tem atuado em questões de gênero na ciência pelo qual ganhou a Nicholson Medal dada pela American Physical Society. A professora Barbosa é atualmente vice-presidente da International Union of Pure and Applied Physics, diretora do Instituto de Física da UFRGS, membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia e International Councilior da American Physical Society.
A partir de sua apresentação, a professora nos mostrou suas dificuldades em engendrar as ciências exatas, os impasses que afetam as mulheres a “escolher” sua profissão.  Levando em consideração que não se trata de uma escolha propriamente dita, visto que as opções e a coerção que sofrem de diferentes formas as impedem de fazê-la. Onde muitas das vezes as afastam de disciplinas como Matemática, Física, Engenharia e tantas outras. Como demonstra a professora, esse impasse é tido desde um problema cultural aplicado à forma de que “é mais bonito afirmar que não se sabe algo para ser atraente aos homens”. Ressalta, ademais a falta de incentivo para a participação das mulheres nas carreiras de ciências exatas e assinala também a questão institucional: “como se as Ciências Naturais não estivessem preparadas para as mulheres”. Sua apresentação demonstra através de exemplos de diversas mulheres conceituadas nas ciências naturais que esse pensamento retrógrado é infundado e não só a ciência está preparada, como já lucra com seus conhecimentos e descobertas há um longo tempo.
Confiram embaixo o link para o vídeo do Youtube para assistir na integra. Não deixem de dar uma olhada também nos outros debates do seminário “Produção Acadêmica na Universidade: Dinâmica e Desafios”, realizado pela APUB na UFBA.








Palavras-chave: GÊNERO, ACADEMIA, DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO, HILDETE DE MELO, MÁRCIA BARBOSA, MULHERES NA CIÊNCIA.


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